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8 de dez. de 2011

BIOGRAFIA E POEMA DE FLORBELA ESPANCA


Hoje, dia 8 de Dezembro de 2011, dia de Nossa Senhora da Conceição.

É o dia em que a Poesia e os Poetas comemoram os 117 anos em que nasceu em Vila Viçosa, província do Alentejo, Região Sul de Portugal, uma grandiosa poetisa da língua portuguesa: Flor Bela Espanca.
É neste dia 8 de Dezembro de 2011, que também lembramos os 81 anos da sua morte, aos 36 anos de idade, em Matosinhos, no Distrito do Porto, Região Norte de Portugal.

By@
Anna D'Castro
***
Alguma Biografia de "Flor Bela Espanca"

Florbela Espanca - Vila Viçosa, 8 de dezembro de 1894 - Matosinhos, 8 de dezembro de 1930) - batizada como Flor Bela Lobo. A sua vida, de apenas trinta e seis anos, foi plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização femininilidade e panteísmo.

Filha de Antónia da Conceição Lobo e de João Maria Espanca.
O seu pai herdou a profissão de sapateiro, mas passou a trabalhar como Antiquário, negociante de cabedais, desenhista, pintor, fotógrafo e cinematografista.
Foi um dos introdutores do 'Vitascópio de Edison' (um projetor de cinema, comercializado por T.A.Edison) em Portugal.

João Maria, pai de Flor Bela, era casado com Mariana do Carmo Toscano (também conhecida por Mariana do Carmo Ingleza). A esposa não pôde dar-lhe filhos. Porém, João Maria resolveu tê-los com o consentimento de Mariana – Flor Bela e Apeles (10/3/1897), dois anos mais novo – com outra mulher, Antónia da Conceição Lobo, uma jovem de condição muito humilde (tinha 16 anos quando teve Flor Bela).
Ambos os irmãos foram registados como filhos ilegítimos de pai incógnito.

João Maria Espanca criou Flor Bela na sua casa, enquanto Apeles viveu com a mãe Antónia Lobo até aos 4 anos, depois ela foi embora com outro homem e entregou o filho ao pai para que fosse criado por ele ao lado da irmã.
Mariana Ingleza, além de madrasta era a madrinha de batismo dos dois.
João Maria, nunca recusou aos filhos, apoio nem carinho paternal, mas reconheceu Florbela como a sua filha legítima, em cartório, só dezoito anos depois da morte dela... e Apeles, que morreu precocemente num acidente de avião, nunca foi registrado como filho legítimo de João Maria Espanca.

Flor Bela em 1899 vai frequentar, (precocemente aos 4 anos) a secção infantil da Escola Primária de Vila Viçosa até 1904 quando termina o exame da 3ª. classe. Foi naquele tempo que passou a assinar os seus textos como Florbela d’Alma da Conceição Espanca, ou também como 'Florbella Espanca'.

No ano letivo de 1904/1905 é matriculada, em Vila Viçosa, na 4ª classe da Escola Secundária do Professor Romeu, onde frequenta até à 6ª classe/hoje 6º ano de escolaridade, mas é reprovada no Liceu, como aluna externa.

As suas primeiras composições poéticas datam dos anos 1903 - 1904. O poema “A Vida e a Morte”, escreveu-o quando tinha apenas 8 anos de idade e se assinava: "A Auctora Florbella Espanca em 11-11-1903".

Em 1 de Fevereiro de 1904 dia do aniversáro de João Maria, Flor Bela faz um poema que dedica ao pai, com o título: "No dia d'annos"... tinha 9 anos.

Em 1907, Florbela escreveu o seu primeiro conto: “Mamã!” No ano seguinte, faleceu sua mãe, Antónia, com apenas vinte e nove anos. Florbela tinha então treze anos.

Em 1908 Flor ingressou no Liceu Masculino André de Gouveia em Évora, para fazer novamente o exame da 6ª. classe e onde permaneceu até 1912.

A sua vida escolar é turbulenta... É a única menina a frequentar um Liceu destinado essencialmente ao sexo masculino... e começa a 'namoriscar' escondida, com Alberto Moutinho aos 16 anos, em abril de 1911, (que era seu companheiro de escola desde os 10 anos) 1 ano mais tarde, em 1912, o namoro se torna oficial, mas por poucos meses, pois nesse ano, nas férias 'grandes' em Figueira da Foz, ela conhece um rapaz de nome fictício 'José', (ele não queria, na época, seu verdadeiro nome revelado) por quem se apaixona perdidamente e em Setembro começa com ele um relacionamento sentimental profundo, obrigando-a a terminar o namoro com Alberto Moutinho... Desse 'tórrido romance quase platônico' - pois é só através de correspondência - que nascem belos sonetos e poemas de amor para o seu amado.

(Na realidade se soube anos mais tarde, que seu nome verdadeiro era João Martins da Silva Marques se formou em Letras e Direito, foi assistente da faculdade de Letras e diretor da Torre do Tombo).

Quando o romance termina, 5 meses depois em Fev/1913, Florbela fica arrasada "em ruínas" como ela escreve nos seus sonetos. Tenta salvar o seu ano escolar e se agarra com: 'unhas e dentes' aos estudos, mas em Junho reprova o ano, devido aos problemas amoroso em que se envolveu.

Para 'tapar o buraco psicológico' com a perda de "José", em Julho/1913, Florbela reata o namoro com Alberto Moutinho e quer casar rapidamente. O que acontece no dia 8 de Dezembro desse mesmo ano, dia em que Florbela completa 19 anos e se casa civilmente com Alberto Moutinho que tinha completado 20 anos em 9/11/1913.

Florbela e Alberto Moutinho ficaram morando juntos/casados por 4anos e meio, tendo Florbela sofrido um aborto involuntário, o que desgastou o relacionamento.

Bela regressou a Évora, enquanto Moutinho ficou dando aulas no Algarve, mas o divórcio só saiu 7 anos depois... entretanto em 1920, ainda casada, Florbela se apaixona novamente, agora por José Marques Guimarães, alferes da G.N.R. e com ele passa a viver, até sair o divórcio em meados de 1921... casa com Marques Guimarães em Junho de 1921, estava frequentando o 2º ano de Direito, na Faculdade de Direito de Lisboa, aonde morava com o atual marido e já tinha lançado o seu 1º. livro de sonetos em 1919 - "O LIVRO DE MÁGOAS".

Em 1922, saiu o 2º livro de Sonetos "O LIVRO DE SOROR SAUDADE".

Em 1925, divorciou-se pela segunda vez. Esta situação abalou-a muito pois teria tido um segundo aborto voluntário...
Ainda em 1925, a poetisa casou com o médico Mário Pereira Lage, que conhecia desde 1921...O casamento decorreu em Matosinhos, no Distrito do Porto, onde o casal passou a morar a partir de 1926.

Em 1927 a autora principiou a sua colaboração no jornal D. Nuno de Vila Viçosa, dirigido por José Emídio Amaro. Naquele tempo não encontrava editor para a coletânea Charneca em Flor.

No mesmo ano, Apeles Espanca, o irmão da escritora, faleceu num trágico acidente de avião. A sua morte foi para Florbela realmente muito dolorosa.
Em homenagem ao irmão, Florbela escreveu o conjunto de contos de As Máscaras do Destino, volume publicado postumamente em 1931.
Entretanto, a sua doença mental agravou-se bastante. Em 1928 Bela teria tentado o suicídio pela primeira vez.

Em 1930 Florbela começou a escrever o seu Diário do Último Ano (publicado só em 1981 - 51 anos após a sua morte).

A 18 de Junho desse ano, principiou troca de correspondência com o Dr. Guido Battelli, professor italiano, visitante na Universidade de Coimbra, responsável pela publicação da Charneca em Flor em 1931.

Na mesma altura, a poetisa colaborou também na Revista Portugal Feminino de Lisboa, na revista Civilização e no jornal Primeiro de Janeiro, ambos do Porto.

Florbela tentou o suicídio por duas vezes mais, em Outubro e Novembro de 1930, na véspera da publicação da sua obra-prima, Charneca em Flor.

Após o diagnóstico de um edema pulmonar, a poetisa perdeu o resto da vontade de viver.
Não resistiu à terceira tentativa do suicídio e faleceu em Matosinhos, no dia do seu 36º aniversário, a 8 de Dezembro de 1930.
A causa da morte foi a sobredose de barbitúricos (2 frascos de Veronal).

A majestral poetisa, teria deixado uma carta confidencial com as suas últimas disposições, entre elas, o pedido de colocar no seu caixão os restos do avião pilotado por seu irmão Apelesna hora do acidente.

O corpo de FlorBela jaz, desde 17 de Maio de 1964, no cemitério de Vila Viçosa, a sua terra natal.

*********

FLORBELA ESPANCA - escreveu:
Livro de Mágoas; Livro de Soror Saudade; Charneca em Flor; Dominó Preto; As Máscaras do Destino e Diário do Último Ano.

Centenas de cartas trocadas com o Pai João Espanca e vários amigos importantes de Florbela, foram reunidas em volumes publicados postumamente, por amigos e admiradores da poetisa-maior, nascida no Alentejo há 117 anos.



ÁRVORES DO ALENTEJO

Horas mortas… Curvada aos pés do monte
A planície é um brasido… e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!

E quando, manhã alta, o sol posponte
A ouro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!

Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota d´água!

Florbela Espanca

***
Nota:
Algum Material para a Biografia recolhido das seguintes fontes:
= Wikipédia... e dos Biógrafos de Flor-Bela: Rui Guedes e Agustina Bessa-Luís, minhas fontes de apoio para escrever o Espetáculo "SEMPRE VIVA... FLOR SELVAGEM...FLORBELA ESPANCA", que interpretei de 2000 a 2003.

Anna D'Castro

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