FRAGMENTOS

O Poema nasce em silêncio
Sem fazer alarde
Cresce num sopro de palavras
Atiradas ao vento brando...

O Poema vai-se desenhando no caminho
Às vezes acompanhado...
Outras sozinho...
Tateando as pedras acumuladas
nos espaços em branco...

O Poema se desenrola...
Entre as palavras e o silêncio
Entre o grito e o susto
Entre o céu e a terra
onde girassóis adormecem insetos...

O Poema vagueia pelo solo ausente
Rasgando a solidão do vazio presente
Perambulando pelo escuro
das ruas sem saída
buscando as palavras que se perderam
num labirinto de paixões...

- Entre o tempo e o pensamento...
há o Poema que se fragmenta com o vento!

By@
Anna D'Castro

DOR E NOSTALGIA...

A dor que não me cabe no peito
Rasga em pedaços o meu coração
Se transforma num pranto desfeito
E me faz mergulhar na solidão

É uma dor tão dolorida e profunda
Que deixa minh’alma sofrida e plangente
Mergulhada numa fria penumbra
Arrastando-me no chão como uma serpente

Uma ausência de sentimentos me transtorna
Tolhe meus sentidos... me embaça o olhar
Lágrimas de dor fazem meu coração parar
E em cinza fria minh’alma se transforma

Meu corpo se desnuda incandescente
O silêncio escorre gota a gota... dia a dia
E a dor que me massacra inutilmente
Faz-me bordar docemente uma nostalgia!

By@
Anna D’Castro