(Severa canta o Fado - Quadro de Malhôa)
- É minha sina?
- Meu fado?
- Fadário?
- Sei lá!
Só sei que este meu penar
é apenas num momento!
Pego na pena
e deixo correr meu pensamento:
- É já poema!
A poesia flui:
- Dolente
lentamente
ou...
num instante!
- Noite alta
- Madrugada
- Noite escura.
- Poemas de amor
de amargura
angústia
ou...
solidão!
- Fito o alvorocer!
- O eterno nada
descansa em minha mão!
- E depois?
- Depois, as ideias se misturam
com pensamentos impotentes!
As imagens se desfocam...
Ao longe, oiço como um brado
os acordes dolentes
que gemem da guitarra
e uma voz bem timbrada
castiça e bizarra...
termina o último fado!
By@Anna D'Castro
(D.A.Reservados)
do livro Revelações

(Bairro de Alfama - Lisboa)
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5 comentários:
Parabens
Poetisa Anna D'Castro, por este seu belo poema. O fado é sina e destino. No meu livro "Bocage - Memorial Bio-Icnográfico" falo das origens do fado, canção melancólica que teve na poesia Bocageana, um expressão de raro quilate. Aliás Ángel Crespo, poeta e escritor, considerado um dos mais credenciados especialistas espanhóis no estudo da nossa literatura, é da opinião que «os versos de Bocage tornaram-se célebres e, por outro lado, contribuíram para preparar o ambiente sentimental originador do fado.
Por tudo isso, expressar a minha admiração pelo seu poema FADO.Até Breve...
Oi Artur, mais uma vez agradeço suas amáveis palavras... Fico feliz que tenha gostado do 'meu Fado', pois como portuguesa que sou não poderia deixar de ter o fado no coração e como tal tento expressar qual o meu sentimento pela nossa canção nacional...
Bocage, como tantos outros poetas e pintores sempre deram a sua versão ao sentimento do Fado.
Obrigada pela visita.
Um beijo e volte sempre
Olá
Se possível envia um e-mail para:
deproposito@sapo.pt
Obrigado
Um beijinho.
Manuel
oLÁ.
Desejo-te um bom domingo e que a felicidade ande por aí.
Fica bem.
Manuel
Querida Anna,
adorei este poema! Está excelente e mostra bem a tua veia portuguesa e poética.
O fado está-nos realmente na alma! Goste-se ou não de ouvir, não podemos negar nunca o quanto nos marca cada acorde da guitarra portuguesa!
Beijinhos
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