Caminhando vou em busca de algo...
- não sei bem o quê...
Mas vou caminhando.
Por vezes há Alguém que me dá sua mão,
Dizendo que é esse o meu caminho...
E eu, num momento, deixo-me guiar...
Esperançada.
Mas não, não é esse o meu caminho.
E vou caminhando...
Continuo a minha procura,
E sem tréguas, me entrego
A desbravar novos horizontes!
Alguns fitam-me com seu olhar baço,
Querendo me dar suas mãos
E dizendo numa voz que soa a falso,
Que será aquele o meu caminho.
E eu deixo cair meus braços,
Retardo os meus passos...
E penso que ainda não é esse o meu caminho.
Talvez que essa incerteza persista sempre,
Mas, rebelde, prefiro deambular...
E por ruelas estreitas enveredar,
Do que me deixar arrastar por esses,
Dos olhares mansos e do falar tão falso
Que querem limitar meus passos.
Mas não, não o conseguirão.
Porque eu só vou por onde eu quiser!
Mesmo que embriagada não atine no caminho...
Deixarei que me arraste o vento,
E me envolva no seu frio manto,
Levando-me através dos ares.
Talvez que um dia encontre esse ‘algo’...
Ou talvez não... não sei!
Só sei que não admito limitações,
Nem quero que me peçam definições
Daquilo que quero e não sei.
Continuarei caminhando,
E em meu caminho incerto, eu descobrirei
O que quero e agora, ainda não sei.
Mas sinto que ele existe...
Talvez para lá do Sol
Ou para além do mar...
Mas não me estendam os braços,
Não me tolham os passos,
Nem digam por onde irei,
Porque eu encontrarei,
O que hoje quero... e não sei!
By@
Anna D’Castro
do Livro Aquela Voz

Esta obra está licenciada sob uma
Licença Creative Commons.