
Poemas inacabados
ficam cristalizados
como males guardados
nas gavetas do cérebro
trancados em humores calcificados.
- Às vezes fico doente...
quero expelir a razão acumulada.
- Às vezes perco a razão...
as palavras ficam encravadas
teimando em não se soltar.
- Às vezes sinto tristeza...
há poemas presos
ameaçando se evadir
de dias sombrios
como quem quer tirar a solidão
das amarras da angústia
das garras da depressão.
Os poemas se grudam nas palavras
como árvores plantadas
em areias movediças
no meio do deserto árido
como aves corrediças...
- Às vezes sinto saudades...
das palavras secas
no canto dos olhos,
querendo soltar poemas
no silêncio estático da noite
como se o poema fosse
apenas um belo cristal
esculpido numa lágrima doce.
By@
Anna D'Castro
D.A.reservados
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